sexta-feira, 11 de março de 2016

Sinto necessidade

Sinto necessidade.
Uma vontade reciproca de saborear cada pedacinho teu,
Perder-me no mel que escorre de ti,
explorar os recantos mais escondidos,
perdidos, imaculados,
esquecidos.

Numa sinfonia de sons,
ecos, sabores e mãos,
tomar posse dos teus terrenos,
lavrá-los, espalhar a minha dádiva
e explorá-los com a minha paixão,
num bailado de profusões.

E por fim os nossos corpos descansam saciados

© Almir Riano

domingo, 6 de março de 2016

O Porto amanhece devagar

António Cruz

O Porto amanhece devagar
Um manto de neblina matinal galga o rio,
e espreguiça-se pelas margens ,
cegando os pormenores das casas,
 a cor do verde, o ser das coisas.

Nesta aguarela adornada
em matiz dos cinzentos e azuis,
deslumbram-se apenas os contornos.
Sombras timidamente pinceladas,
pelo voo sereno das aves de granito furtivas.

E lentamente o banho de luz,
o revelar da beleza que se adivinhava.
Acorda finalmente a paisagem e,
é duplamente infinito,
o encanto desta cidade e do espelho que a abraça.

© Almir Rian

sexta-feira, 4 de março de 2016

Ao longo da margem deste rio te imagino


Ao longo da margem deste rio te imagino,
Teu olhar teu cheiro e sabor,
com o sorriso estampando no meu rosto,
serás adorável companhia no meu regresso.

Num amanhã, te darei a entender os meus anseios,
e na nudez das palavras sentidas,
eu descobrirei para ti, só para ti,
os meus secretos desejos.

Já ficou para trás o azul,
e agora o verde enche a tela da minha janela,
deliciosamente, permaneces na minha companhia,
em lembranças por conhecer.

© Almir Rian