domingo, 6 de março de 2016

O Porto amanhece devagar

António Cruz

O Porto amanhece devagar
Um manto de neblina matinal galga o rio,
e espreguiça-se pelas margens ,
cegando os pormenores das casas,
 a cor do verde, o ser das coisas.

Nesta aguarela adornada
em matiz dos cinzentos e azuis,
deslumbram-se apenas os contornos.
Sombras timidamente pinceladas,
pelo voo sereno das aves de granito furtivas.

E lentamente o banho de luz,
o revelar da beleza que se adivinhava.
Acorda finalmente a paisagem e,
é duplamente infinito,
o encanto desta cidade e do espelho que a abraça.

© Almir Rian

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